E Deus, pelas mãos de Paulo,  fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e  aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam  das suas vítimas, e os Espíritos malignos se retiravam" - (Atos, cap. 19 - 11 e 12). 
 
   
7.0 - O QUE É O PASSE 
Desde os tempos mais antigos, a imposição das mãos  é uma das fórmulas usadas pelas pessoas para auxiliar os enfermos ou  afastar deles as más influências espirituais. Em muitos trechos da  Bíblia, vemos Jesus e seus discípulos imporem as mãos sobre os  necessitados, rogando a Deus que os curassem. Jesus fez largo uso dessa  prática e disse que, se quiséssemos, poderíamos fazer o mesmo.
E  desde aquele tempo o homem utiliza-se desse recurso para aliviar,  consolar, melhorar e até curar doenças físicas e espirituais.
Antes  do advento do Espiritismo, sabia-se pouco sobre a prática desse costume.  Os fenômenos de curas eram envoltos em mistérios e tidos como  acontecimentos sobrenaturais.
Ao menos publicamente, ninguém se  aventurou a dar explicações para o estranho poder que tinham as mãos  para curar e aliviar os males físicos e espirituais. Com a chegada da  Doutrina Espírita, os Espíritos superiores explicaram o porquê das  coisas. Ensinaram que as mãos serviam como um instrumento para a  projeção de fluidos magnetizados, doados pelo operador, e fluidos  espirituais, 
trazidos pelos Espíritos. Segundo eles, os fluidos  curativos eram absorvidos pela pessoa necessitada por meio dos centros  vitais (chacras), acumuladores e distribuidores de energias, localizados  no perispírito e pelo próprio corpo astral que age como uma esponja.  Estavam assim explicadas, teoricamente, as curas promovidas por Jesus e  pelos curadores de todos os tempos.
Entre nós, seguidores de Allan  Kardec, a imposição de mãos sobre uma criatura com a intenção de aliviar  sofrimentos, curá-la de algum mal, ou simplesmente fortalecê-la, ficou  conhecida como "passe".
O passe é um dos métodos utilizados nos  centros espíritas para o alívio ou cura dos sofrimentos das pessoas.  Quando ministrado com fé, o passe é capaz de produzir verdadeiros  prodígios. Têm como objetivo o reequilíbrio do corpo físico e  espiritual.  
7.1 - O  PASSISTA 
O  passista é aquele que ministra o passe. Ser um passista espírita é uma  tarefa de grande responsabilidade, pois trata-se de ajudar e abençoar as  pessoas em nome de Deus. Pessoas carentes e sedentas de melhoria,  procuram no centro espírita o recurso do passe como forma de alívio das  pressões psicológicas e sustentação para suas forças morais e físicas.
O  passista não precisa ser um santo, mas necessita esforçar-se na  melhoria íntima e no aprendizado intelectual. Armado do desejo sincero  de servir, quase todos os iniciantes podem trabalhar neste sagrado  ministério. O passista deve procurar viver uma vida sadia, tanto física  quanto moralmente. Aos poucos, os vícios terrenos têm que ceder lugar às  virtudes. O uso do cigarro e da bebida devem ser evitados. Como o  passista doa de si uma parte dos fluidos que vão fortalecer o lado  material e espiritual do necessitado, esses fluidos precisam estar  limpos de vibrações deletérias oriundas de vícios.
No aspecto mental,  o passista deve cultivar bons 
 
pensamentos no seu dia-a-dia. O orgulho, o  egoísmo, a maledicência, a sensualidade exagerada e a violência nas  atitudes devem ser combatidos constantemente. A Espiritualidade superior  associa equipes de Benfeitores aos trabalhadores que se esforçam,  multiplicando-lhes a capacidade de serviço.
A fé racional e a certeza  no amparo dos bons Espíritos são sentimentos que devem estar presentes  no coração de todos os passistas. É fundamental no trabalho de passe,  doar-se com sinceridade à tarefa sob sua responsabilidade, vendo em todo  sofredor uma alma carente de amparo e orientação.
O passista não  deve ter preferência por quem quer que seja. Seu auxílio deve ser  igualmente distribuído a todas as criaturas. As elevadas condições  morais do passista são fundamentais para que ele consiga obter um  resultado satisfatório no serviço do passe.
Portanto, todos podemos  ministrar passes, porém é necessário um mínimo preparo moral a fim de  que a ajuda seja o mais eficaz possível. Como todas as tarefas  realizadas dentro do centro espírita, esta também carece de cuidados e  atenção por parte de quem se propõe a executá-la. 
"Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos,  orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a  acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a  vontade e a confiança em Deus" -  (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).
 
O que é necessário para ser um bom  passista?
Allan Kardec nos instrui a respeito: "A primeira  condição para isto é trabalhar em sua própria depuração (moral e ética),  a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de  transmitir. Esta condição não poderia ser executada sem o mais completo  desinteresse material e moral. O primeiro é o mais fácil, e o segundo é o  mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são sentimentos difíceis de se  extirpar, e porque várias causas contribuem para os superexcitar nos  médiuns" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Novembro, 1866).
 
Condições básicas para o exercício do  passe espírita
Fé; Amor ao próximo; Disciplina; Vontade;  Conhecimento; Equilíbrio psíquico; Humildade; Devotamento; Abnegação.
 
"Se pretendes, pois guardar as vantagens do passe,  que em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o  sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro" - (Espírito Emmanuel, no livro Segue-me). 
Fatores negativos físicos, que  prejudicam o passe
Uso do fumo e do álcool ; Desequilíbrio nervoso;  Alimentos inadequados. 
Fatores negativos espirituais e morais, que prejudicam o  passe
Mágoas, más paixões, egoísmo, orgulho, vaidade, cupidez,  vida desonesta, adultério etc. 
"O fluido humano está sempre mais ou menos  impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons  Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem  propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais pronta. Mas,  passando através do encarnado pode alterar-se. Daí, para todo médium  curador, a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro,  1865). 
7.2 - TIPOS  DE PASSES 
Os  passes podem ser classificados em três categorias: Passe magnético,  Passe espiritual e Passe misto. 
a) Passe magnético
É um  tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos, utilizando a  força magnética existente no próprio corpo perispiritual. Pelo menos em  tese, qualquer criatura pode ministrá-lo. Suas qualidades variam segundo  a condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu  desejo sincero de amparar o próximo.
No passe magnético, geralmente  se recebe assistência espiritual. Isso acontece porque os Espíritos  superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade, atendem  aos mais carentes.
Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é  independente da crença que o passista ou magnetizador possa ter em Deus  ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro  dos Médiuns", questão 176 : 
"...muito embora uma pessoa desejosa de fazer o  bem não acredite em Deus, Deus acredita nela". 
b) Passe espiritual
É uma espécie de magnetização feita pelos bons  Espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito das pessoas  enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe  fluidos magnéticos de médiuns, mas outros, mais finos e puros, trazidos  dos planos superiores da Vida, pelo Espírito que veio assisti-lo.
Pelo  fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é  bem mais limitado que as outras modalidades de passes. Com isso,  pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de  Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos  desencarnados, são bem maiores do que aqueles que podemos contar em  nossas residências, só com a ajuda do anjo guardião. 
c) Passe misto
É uma  modalidade de passe onde se misturam os fluidos do passista com os da  Espiritualidade. A combinação é muito maior do que no passe puramente  magnético e seus efeitos bem mais salutares. Este é o tipo de passe que é  aplicado nos centros espíritas, contando com a ajuda de equipes  espirituais que trabalham nessa área, para ajuda dos necessitados.
Os  benfeitores espirituais comparecem no momento do passe, atendendo aos  encarnados e também ministrando eficiente socorro às entidades do plano  espiritual. Eles agem aumentando, dirigindo e qualificando nossos  fluidos.
Mas para que se possa contar sempre com a ajuda dos bons  Espíritos, é necessário observar os cuidados já ditos anteriormente  sobre a depuração íntima de cada um dos que estão imbuídos do desejo de  fazer o bem. 
"...Para  curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais  saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos  superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isto a  prece e a evocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com  fervor, é preciso fé. Para que a prece seja escutada é preciso que seja  feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e  de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem  devotamento sem desinteresse" -  (Allan Kardec - Revista Espírita, Janeiro, 1864). 
7.3 - O PASSE NO CENTRO ESPÍRITA 
O passe destina-se ao tratamento e profilaxia de  enfermidades físicas e espirituais junto aos necessitados que procuram o  centro espírita. A equipe de passistas deve estar alinhada no mesmo  pensamento de ajudar essas pessoas carentes de amparo.
O serviço de  aplicação do passe requer critério, discernimento, responsabilidade e  conhecimento doutrinário. É um complemento aos recursos de  automelhoramento e de reeducação espiritual utilizados normalmente. 
a) A Técnica do Passe Espírita
Há uma  certa discussão no meio espírita sobre como deveria ser aplicado o  passe. Alguns defendem a tese de que os passes deveriam ser ministrados  movimentando-se as mãos ao redor do corpo do indivíduo, de modo que as  energias espirituais pudessem melhor atingir seus objetivos de cura.  Outros, acham que o ato de apenas impor as mãos sobre a cabeça de quem  vai receber o passe já é suficiente.
André Luiz nos informa em  "Conduta Espírita" que o passe dispensa qualquer recurso espetacular.
José  Herculano Pires, no livro "Mediunidade", diz que o passe é tão simples  que não se pode fazer nada mais do que dá-lo. 
Allan Kardec, referindo-se ao assunto na Revista Espírita,  número de Setembro de 1865, diz aos médiuns que: "Apenas sua  ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela forma. Às vezes,  mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais  se deve emprestar o valor que merecem". 
Oficialmente, a Doutrina Espírita não prescreve uma  metodologia para o passe. Cada grupo é livre para se posicionar de um  modo ou de outro, desde que sem exageros. A técnica deve ser o mais  simples possível, evitando-se fórmulas, exageros e gesticulação em torno  do paciente. Cada grupo deve ter o bom senso de trabalhar da forma que  achar mais conveniente desde que dentro de uma fundamentação doutrinária  lógica.
O que é preciso levar em conta é que nenhuma das duas formas  de aplicar o passe surtirá efeito se o médium não tiver dentro de si a  vontade de ajudar e condições morais salutares para concretizá-lo. Mesmo  que se aplique a melhor metodologia, não se conseguirão bons resultados  se o passista for pessoa de má índole. 
b) Quando o Passe deve ser aplicado?
A  variação das condições fluídicas perispirituais de qualquer criatura  viva produz desequilíbrios orgânicos e psicológicos, que podem dar  origem a enfermidades. Alterações psicológicas ou traumas orgânicos  podem provocar mudanças fluídicas na camada exterior do perispírito,  agravando doenças ou iniciando estados mórbidos. Daí, a importância da  terapia energética dos passes como tratamento, mas principalmente como  profilaxia das enfermidades. Por isso o passe deve ser aplicado  regularmente, desde que seja esclarecido que o procedimento não é  obrigatório, para desvinculá-lo de ritual ou dogma. 
 
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