A
luz do farol das Ilhas Flannan costumava piscar duas vezes a cada 30
segundos. Em dias de bom tempo, era possível enxergá-la a 20 milhas de
distância, embora o arquipélago, localizado na Escócia, normalmente
fosse encoberto pela neblina. Uma equipe formada por três homens
guardava essa fortaleza particular de 23 metros de altura – havia uma
troca de integrantes a cada duas semanas. Em 7 de dezembro de 1900,
James Ducat chegou ao local para mais 14 dias de trabalho. Seu
assistente, William Ross, estava doente e foi substituído por Donald
MacArthur. O trio estava completo com o segundo assistente Thomas
Marshall. Durante o período, a ilha ficou encoberta por um nevoeiro e,
no dia 15, o navio SS Archtor se aproximava da ilha, mas nenhuma luz foi
emitida pelo farol. Em 26 de dezembro, os tripulantes do navio SS Hesperus descobriram que não havia ninguém no local, gerando um mito em torno deste mistério.
Três guardas ingleses responsáveis por manter aceso o farol da ilha de Flannan, sumiram sem deixar vestígios.
Os homens se revezavam a cada 14 dias no farol. Uma equipe de 4 saía e outra chegava por navio.
A
ilha é minúscula e está no meio do oceano. Não há terra nas
proximidades nem onde se esconder. Além disso o acesso à ilha é
dificílimo em função das rochas e encostas pontiagudas.
Como três
homens desaparecem da única construção nesta ilha distante? As roupas
estavam em seus lugares, os pratos e a mesa postos.
Em
7 dezembro, 1900, James Ducat, o zelador do farol chegou na ilha para
recomeçar seu trabalho. Seu primeiro assistente, William Ross, tinha
passado mal e um homem local, Donald Macarthur, acabou assumindo seu
lugar. Macarthur era um zelador ocasional, que trabalhava lá somente
quando os membros regulares do grupo tinham algum problema. Thomas
Marshall, o segundo assistente completava o trio.
Na
embarcação que os levava para a ilha, estava também Robert Muirhead, o
superintendente dos faróis. As inspeções rotineiras eram uma parte de
seu cargo e Muirhead costava de manter um controle rígido dos homens sob
sua supervisão. O superintendente ficou algum tempo no farol,
verificando que tudo estava em perfeita ordem. Teve uma discussão breve
com o zelador principal a respeito das melhorias na monitoração do
farol. Ele então encerrou o relatório de campo. Cumprimentou cada homem e
partiu. O superintendente foi a última pessoa que os viu.
Durante
a semana seguinte, como era a prática padrão, o farol foi mantido sob a
observação periódica da terra. Um telescópio era apontado da costa para
a ilha de Flannan em intervalos regulares. Em caso da emergência, os
zeladores do farol poderiam içar uma bandeira apropriada e o auxílio
seria imediatamente enviado a eles via barrco. Durante os dias que se
seguiram, o farol foi obscurecido frequentemente pela névoa. Era este
problema que o superintendente e Muirhead tentaram resolver na última
visita dele ao farol em 7 dezembro.
Durante
as duas semanas depois, uma névoa pesada envolveu o farol. O farol não
seria visível outra vez da base da marinha na costa até o dia 29
dezembro. Em geral quando acontecia isso era mais fácil ver de noite,
porque a luz do farol auxiliava. A lâmpada estava visível no 7 dezembro,
mas foi obscurecida pelo mau tempo nas seguintes quatro noites. Ela foi
vista outra vez no 12 dezembro. Após aquele dia, não se viu mais nada.
No
15 dezembro, o navio SS Archtor estava na vizinhança do farol. Perto da
meia-noite, o capitão Holman olhou para fora da plataforma do steamer,
esperando travar um flash que fosse da luz do farol da ilha de Flannan,
como era usual. Holman estava próximo bastante ao farol e dispunha de
tempo suficientemente para certificar-se de vê-lo. Mas nenhuma luz era
visível. A embarcação de auxílio de Breasclete não conseguiu chegar ao
farol em 21 dezembro. O mau tempo impediu que o navio se aproximasse dos
penhascos de rocha. As ondas e o vento estavam muito fortes. Isso
impediu a chegada da equipe de resgate ao faro até cinco dias depois.
Como
era de praxe protocolar, o grupo de funcionários do farol deveria
recepcionar o navio em um pequeno bote para ajudar aos homens que os
substituiriam. Uma bandeira era erguida para mostrar ao grupo do
encarregado que os homens do farol davam as boas-vindas aos seus
substitutos. Isso acontecia costumeiramente, mas naquele dia não havia
homens, nem bote, muito menos a bandeira. O capitão Harvie, no barco
Hesperus, deu ordens para soar a sirene. Mas não havia nenhuma resposta.
Sem
resposta eles viram que teriam que entrar na ilha sem ajuda. Isso
tornou muito mais difícil o trabalho deles, pois era uma área de maré
agitada.
Os homens escalaram uma
parte da rocha até chegar na corda que era usada para auxiliar na subida
pela encosta da ilha. Os homens se arriscaram e chegaram ao farol.
A
porta exterior do farol estava trancada. Por sorte, Moore tinha consigo
uma cópia do jogo de chaves. Ele destravou o edifício entrou. O lugar
estava deserto. Não havia nenhum sinal do Ducat, do Marshall ou do
Macarthur. O relógio na parede interna tinha parado. Não havia nenhum
fogo na lareira e todas as camas estavam vazias e arrumadinhas. Uma
refeição tinha sido preparada mas, mas estava sob a mesa, intacta.
Moore
apressou-se correu de volta até a área de desembarque. Ofegante,
explicou a McCormack que o grupo havia sumido no ar como mágica. O
segundo
ajudante juntou-se a eles em terra e juntos os dois homens montaram uma
busca completa na ilha do farol. Nem sinal dos homens. Tinham
desaparecido.
Moore e McCormack voltaram ao barco e deram ao capitão
Harvie a má notícia. Este, instruiu o terceiro assistente retornar ao
farol com os três outros, para que tomassem conta da manutenção
provisória do farol antes que acontecesse alguma tragédia.
Enquanto isso, o Hesperus retornaria a Breasclete para informar as autoridades o ocorrido.
Um telegrama foi emitido por Harvie à se
cretária dos comissários do norte do farol mais tarde que o mesmo dia, informando o desaparecimento dos funcionários.
Na
ilha Flannan, Joseph Moore e seu parceiro fizeram uma busca ainda mais
rigorosa pelo farol e um retrato dos eventos começou logo a emergir. Ao
que puderam observ
ar, tudo correu
bem no farol até a tarde de 15 de dezembro. O diário de bordo do
faroleiro era fundamental para a investigação. O diário estava intacto,
com dados detalhadas dos procedimentos e relatórios de cada dia até o
dia 13. O chefe da zeladoria do farol havia também esboçado parte do
relatório dos dias 14 e 15 em uma folha solta. Pelos registros, houve
uma tempestade no dia 14, mas que na manhã seguinte já havia perdido a
força. Não havia nenhuma indicação de nenhum problema adicional.
Até hoje inúmera
s
teorias, como ondas gigantes, loucura suicida coletiva, abdução
alienígena e monstros marinhos são as possibilidades para justificar o
misterioso desaparecimento desses três homens.
Ilhas Flannan no Google Earth: 58°17'18.00"N, 7°35'24.00"W
A luz do farol das Ilhas Flannan
costumava piscar duas vezes a cada 30 segundos. Em dias de bom tempo,
era possível enxergá-la a 20 milhas de distância, embora o arquipélago,
localizado na Escócia, normalmente fosse encoberto pela neblina. Uma
equipe formada por três homens guardava essa fortaleza particular de 23
metros de altura – havia uma troca de integrantes a cada duas semanas.
Em 7 de dezembro de 1900, James Ducat chegou ao local para mais 14 dias
de trabalho. Seu assistente, William Ross, estava doente e foi
substituído por Donald MacArthur. O trio estava completo com o segundo
assistente Thomas Marshall. Durante o período, a ilha ficou encoberta
por um nevoeiro e, no dia 15, o navio SS Archtor se aproximava da ilha,
mas nenhuma luz foi emitida pelo farol. Em 26 de dezembro, os
tripulantes do navio SS Hesperus descobriram que não havia ninguém no local, gerando um mito em torno deste mistério.
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