fenômeno: a força da gravidade, o vento, a força da sugestão. O fato, no
mesa, nem fios transparentes, nem ilusões de ótica. Além disso, a enorme
Jogo ou ritual ocultista?
Aparentemente, o “Charlie Charlie challenge” é um simples passatempo
para curiosos interessados numa prévia do futuro. O jogo, porém,
incursiona no âmbito misterioso do ocultismo e flerta de fato com o
sobrenatural e imprevisível. Os vídeos postados na internet mostram
jovens que, ao verem o lápis se movendo sozinho, saem gritando
aterrorizados. O fato é que o ritual, que parece simplório, consiste em
evocar um espírito misterioso, que, uma vez chamado, estabelece uma
relação com os participantes. E não é nada claro se essa relação se
encerrará de maneira feliz e fácil.
Fenômeno de mídia
Os jornais norte-americanos abriram grandes e destacados espaços
para o "Charlie Charlie challenge" – o fenômeno surgiu justamente nos
Estados Unidos. Veículos de mídia de amplíssimo alcance, como o
Huffington Post, o Washington Post, a BBC e outras respeitáveis agências
de notícias o descreveram com detalhadas “instruções de uso”. É
compreensível que os jornais se comportem como redes sociais nesta época
de caça selvagem aos cliques dos internautas, mas, ao divulgar uma
prática ocultista sem qualquer crítica ou análise das possíveis
consequências, eles contribuem e incentivam a disseminação de um ritual
que brinca com fogo.
A origem do ritual: o México não está envolvido
Chegou-se a dizer que as raízes deste ritual estão numa antiga
tradição mexicana relacionada com um demônio chamado Charlie, mas esta
tese parece infundada. María Elena Navez, correspondente mexicana da
BBC, desmentiu a ligação entre Charlie e a mitologia mexicana, em cujas
histórias não há nenhum demônio chamado "Carlitos" (Charlie em
espanhol). As divindades dos povos ancestrais mexicanos têm nomes
astecas ou maias como Tlaltecuhtli ou Tezcatlipoca. Nada a ver com
Carlitos.
É mais provável que o rito tenha derivado do "juego de las
lapiceras", relativamente comum em países da América do Sul e conhecido
pejorativamente como “a Ouija dos pobres”. O propósito do "jogo das
canetas" é o mesmo do “desafio Charlie Charlie”: obter respostas do além
sobre o futuro; o rito também é igual; desta vez, porém, o espírito
invocado tem nome próprio. E a origem desse nome ainda é desconhecida.
A hipótese Charlie Hebdo
Houve também quem achasse curioso o retorno do nome “Charlie” às
manchetes de todo o mundo poucos meses depois dos atentados de janeiro
contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris. O ato
terrorista de ressonância mundial levou às ruas o lema "Je suis
Charlie", como gesto de solidariedade para com as vítimas. A imagem do
lápis ou da caneta, como símbolo da liberdade de expressão dos
cartunistas satíricos, também se tornou o ícone daquela manifestação
mundial de solidariedade. A relação entre lápis ou canetas com um
espírito chamado Charlie é, de fato, curiosa, mas não há clareza alguma
sobre a vinculação entre o jogo ocultista e o fenômeno de massas que
correu o mundo em janeiro.
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